segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A MARGEM CERTA DO RIO

in revista "24 Horas", Sábado, 10 de Novembro de 2007
Texto: Rita Marques
Fotos: Mário Ribeiro
O jornal "24 Horas" publicou, na sua revista de Sábado, uma reportagem sobre a identidade Margem Sul, dando destaque ao Concurso de Música Moderna de Almada e ao trabalho efectuado nas Casas Municipais da Juventude. Nesta peça pode ainda encontrar declarações de diversas pessoas ligadas à vida artística, associativa e cultural do concelho de Almada.















sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Entrevista com os Da Weasel, numa garagem de Cacilhas (1996)


(cliquem na imagem para ampliar e ler o texto)
Em 1996, “a mais famosa banda de Almada” ainda não era a mais famosa banda de Almada. Nem nada parecido com isso...
No entanto, eram já um dos grupos mais conceituados da cena “alternativa” almadense. O seu segundo álbum (“Dou-lhe com a Alma”, de 1995) começava a dar visibilidade a esta banda – que, no entanto, continuava com os pés bem assentes na terra, sem demonstrar qualquer aspiração ao “estrelato”... e a ensaiar numa garagem de Cacilhas (localidade onde, nesses anos, residiam os irmãos Carlos e João Nobre, ou, se preferirem, o Pac e o Jay, respectivamente...).
Foi nessa mesma garagem que, em Março de 1996 (a propósito da Mostra de Bandas de Música Moderna de Almada), os fui entrevistar para o semanário regional Sem Mais.
Foi uma conversa longa, antes do ensaio, com o vocalista (Carlão, como é conhecido em Almada) e com o guitarrista, Quaresma. Depois, foram chegando os restantes elementos da banda (Armando, Jay, Yen Sung, Guilherme), e o ensaio tinha mesmo que começar. Gravador desligado, ficou muito por dizer.
E, do que foi dito, tive ainda que seleccionar uma parte muito reduzida.
É que, naqueles tempos – como já vos disse – os Da Weasel eram ainda uns “novatos”, que não justificavam mais que uma pequena “caixa” de texto, a complementar uma notícia de duas páginas sobre as bandas de Almada.

António Vitorino


Site oficial dos Da Weasel:
www.daweaselonline.com/

História da Banda, na Wikipédia:
pt.wikipedia.org/wiki/Da_Weasel

terça-feira, 6 de novembro de 2007

"A dança que Almada tem"

(Texto de Margarida Leal, publicado na agenda cultural de Almada, Novembro 2007)



A Companhia de Dança de Almada (CDA) nasceu há 17 anos, pela mão da professora Maria Franco. "Treinávamos no palco do cinema", lembra, recuando no tempo até à época em que ainda fazia parte do grupo de dança da Academia Almadense.
Dependia muito do horário das projecções dos filmes para usar o palco, treinavam lado a lado com os alunos de judo ou de ginástica mas progrediram de forma tão evidente que cedo nasceu a ideia de formar uma companhia de dança autónoma e profissional.
O galardão atribuído pela Secretaria de Estado da Cultura, em 1990, no âmbito de um concurso nacional, permitiu-lhes reunir os recursos necessários para fazer arrancar este projecto. Nascia assim a Companhia de Dança de Almada.
Os alunos, que tinham começado com cerca de seis anos a dedicar-se à dança, queriam e podiam agora chegar mais longe.
Hoje, ao fazer uma retrospectiva, Maria Franco apercebe-se de que trabalhou o corpo de mais de mil crianças e jovens, iniciados na dança pela sua mão. E é com orgulho que lembra o nome e o percurso de cada um deles: uns são professores, outros criaram a sua própria academia, outros alcançaram o ensino superior, outros ingressaram em companhias estrangeiras. E outros desistiram, porque a vida de bailarino é muito exigente.

Dançar: profissão e prazer

Os objectivos da CDA não são só conceber, produzir e levara palco espectáculos
de dança, mas também apoiar jovens criadores, fomentar novos públicos para
a dança contemporânea, fazer digressões, workshops, ateliers, entre muitas
outras iniciativas.
Em 1998, a CDA acrescentou às suas estruturas uma escola de dança, não só
para dar a mão a quem quer fazer carreira nesta área, mas também para quem
dançar é apenas um prazer e uma descoberta.
Actualmente há cerca de 150 crianças a frequentar aulas de dança, de vários
estilos e níveis, mas nos inscritos contam-se também alguns adultos.
Maria Franco discorda do conceito dos antigos mestres de dança que viam os profissionais como seres "eleitos", mas que tinham de sofrer para poder alcançar um nível superior. Para esta professora, a dança é para todos. Dançar faz bem à alma e ao corpo: relaxa, dá-nos noções de equilíbrio, corrige-nos a postura, permite-nos comunicar, incute disciplina. E acima de tudo, dá-nos prazer. A CDA promove igualmente workshops, ateliers e cursos para a quem não quer fazer desta área a sua profissão. O conhecimento adquirido nestes contactos permite algo ainda mais extraordinário: depois de terem conceitos básicos, as pessoas sabem ver, apreciar e valorizar um bom espectáculo de dança.


Preenchendo o que considera ser uma "lacuna" do sistema educativo português, promove cursos para crianças a partir dos quatro anos (dança criativa, ballet clássico, dança contemporânea); cursos para jovens e adultos (dança contemporânea; modern dance; ballet clássico; barra de chão; postura e movimento; Hip Hop; Danças de Salão); e ainda sessões de música e movimento para bebés e um curso intensivo de dança (Julho).

Quinzena faz 15 anos

Na Quinzena deste ano actuam 20 companhias/coreógrafos, de 19 países. São apresentadas 9 criações, num total de 14 espectáculos. Há ainda lugar para um Workshop destinado a alunos de dança e teatro, quatro ateliers para bebés e crianças, duas sessões da Mostra Internacional de Vídeo-Dança, uma Exposição de Artes Visuais e a Conferência final onde será lançado o livro comemorativo dos 15 anos de edições.
A Quinzena espalha-se por cinco concelhos, levando a Dança contemporânea pêlos palcos de Almada, Lisboa, Mafra (Ericeira), Montijo, Alcochete e Setúbal. A programação da 15a Quinzena de Dança de Almada pode ser consultada nas páginas desta agenda, no capítulo de Música e Dança.

Montar um espectáculo

Cada espectáculo demora uma pouco mais de 60 minutos a ser apreciado, mas vários meses a ser concebido.
Uma criação nasce a partir de uma ideia, inspirada numa obra literária, num filme, num tema da actualidade. Depois é preciso pesquisar sobre o assunto escolhido, consolidar a ideia a transmitir, escolher artistas, pensar nos figurinos, conceber o guarda-roupa, desenhar os sons que vão fazer parte da peça. Começou a criação.

Depois de tudo estar definido há que passar a mensagem a quem vai executar a peça, transmitir-lhes os movimentos, os sentimentos, os conceitos. Os bailarinos têm de a interiorizar, encarnar os personagens e começar a ensaiar. Com isto passam-se pelo menos dois meses. Entretanto outros profissionais vão construindo os cenários, definindo o jogo de luzes, concebendo as bandas sonoras. Aos ensaios em estúdio, seguem-se os ensaios em palco, já com peças de adereço e cenários reais. Passa-se então à montagem final do espectáculo, aos ensaios técnicos e gerais e, finalmente, ao dia do veredicto do público e da crítica: a estreia.
Para garantir as duas estreias anuais a que se propõe, a CDA conta com um núcleo da criação e produção com cerca de 20 profissionais, entre a produção artística, direcção técnica, sonoplastia, iluminação, professores, coreógrafos, entre outros.

Na execução de todo o trabalho prévio estão sete bailarinos, três homens e quatro mulheres, com uma formação sólida em diversas áreas. Porque é preciso saber interpretar qualquer peça criada, seja eia exclusivamente dançada ou dançada e falada, seja ela baseada no ballet clássico ou com técnicas mais modernas ou contemporâneas.
No fim, os bailarinos percorrem os espaços, diluem-se com as luzes, transmitem com o silêncio dos seus corpos uma catadupa de sentimentos. Se dançar é um acto de prazer, ver um bom espectáculo não deixa ninguém indiferente. Por isso não se esqueça, faça parte do público da Quinzena da Dança de Almada.

Texto (Margarida Leal) e imagens (CDA e Anabela Luís), publicados na edição Novembro 2007 da Agenda Almada Informa, edição Câmara Municipal de Almada.

domingo, 4 de novembro de 2007

O Grupo de Dança de Almada: imagens e textos de 1991


Em 1990, Maria Franco e Marina Jacinto, professoras da Escola de Dança da Academia Almadense, lideravam a constituição de um novo, e promissor, colectivo artístico. Era o Grupo de Dança de Almada (GDA), antecessor da actual Companhia de Dança da cidade.
No momento em que a Companhia organiza a 15ª edição da Quinzena de Dança de Almada, julgámos oportuno divulgar aqui as imagens, e alguns textos, da temporada 1991 do GDA.



O texto de apresentação do GDA afirmava os objectivos da recém-formada companhia, nestes termos:

«A formação do Grupo de Dança de Almada surgiu na necessidade de proporcionar aos jovens do concelho uma carreira artística e profissional no campo da Dança, uma vez que não existia em Almada uma companhia ou um grupo que promovesse a divulgação desta actividade cultural e onde os jovens pudessem ser formados e integrados. O Grupo de Dança de Almada vai assim dar continuidade à formação básica em dança da Academia Almadense.»





Em Dezembro de 1990, o jovem Grupo de Dança recebia já a sua primeira consagração: «obtém o 1º Prémio da sua categoria e o Prémio da Crítica no concurso "Os Jovens e a Dança em Portugal" do programa Cultura e Desenvolvimento promovido pelo Conselho Português da Dança, numa iniciativa da Secretaria de Estado da Juventude», lia-se no livro promocional da temporada 1991.

Visitem a página web (actualizada) da Companhia de Dança de Almada, em:



(Nota final: as imagens aqui reproduzidas foram captadas numa sessão fotográfica do GDA no palco do cine-teatro da Academia Almadense, em 1990. Se a qualidade não é grande, será bom ressalvar que as condições para captação de imagem também não ertam as melhores: os bailarinos estavam a ser iluminados por projectores completamente desadequados para o efeito. As fotos são de David Ferreira, António Vitorino e Fernando Tavares. O desenho da capa é de Maria Arrozeiro)